Cachaça: Aventuras na Suruba
Queria começar a narrar aqui algumas aventuras de um personagem completamente fictício, que chamaremos de “Cachaça”. O Cachaça é o personagem mais legal que eu jamais inventei. Ele tem esse apelido porque quando criança ele tinha cara de Cearense. Ou a mãe dele parecia cana-de-açúcar, chupava cana, sei lá. Mas apesar do nome o Cachaça não bebe, ainda que fume como um alcólatra.
E para o deleite de todos nós, o Cachaça virou... Surubeiro. Sim, você não leu errado. Não disse SUBurbeiro, que afinal é apenas o que ele faz nas horas vagas, quando arrasta desconhecidas em pleno ponto de ônibus. Surubeiro.
Semanalmente, nosso personagem vai até uma suruba e aí swinga. Swing é como quadrilha de festa junina, só que com todo mundo nu. O Cachaça sempre leva uma “menininha” (homem não pode entrar sozinho), swinga pra lá swinga pra cá depois põe a menina pra dançar na pista e vai passear, usando apenas uma calça cargo, carteira de uma lado camisinhas do outro, em busca de um amontoado de gente se lambendo para entrar na almôndega. Quando descobri isso fiquei preocupado, já que conheço bem meus personagens.
Parece que tem dois grandes centros de suruba por aqui, Nefrite e Marra&Cash. Esses lugares geram, além de historias pros netos, situações peculiares, como o namorado da mina swingada berrando que o Cachaça gozou na calça dele, e o Cachá, temendo uma surra, dizendo "estou de camisinha, olhe!"
Como ele vai se superar agora?
Impossível. Depois disso só sobram como novidade a monogamia e o celibato...
Mas o Cachaça se supera sempre! Inventei pra ele uns amigos que fazem o circuito “carna” – Carna-Valinhos, Carna-Pirapora e todos os outros carnavais fora de época. São baladas onde a cidade inteira se reúne e compartilha germes, ao som de músicas horríveis, dentre as mais horrorosas do planeta. Imagine todos eles fazendo, juntos, dancinhas de coreografia com “Sou faraó, Cadê minha mãe” e você começa a entender a cena. Cada um beija umas vinte mulheres (na verdade todos beijam as mesmas vinte, assim como todos os outros). Democráticos, eles têm vários lemas, como “mulher feia também merece”. Basta sair no sol e fazer sombra, cair na água e fazer tchibum, usar saia e não ser padre, enfim basta ser ser mulher . Os critérios são duvidosos, inexistentes mesmo. Como o Cachaça não bebe ele é menos sucetível aos engodos da travecaiada, mas o mesmo já não acontece com seus comparsas, que vivem em enrascadas. Pontos são somados por minas beijadas, "gorfo", brigar com a mina e, mais raramente, sexo. No fim da noite o mais pegador vence, levando de prêmio um creme pra sapinho e muitos chutes na canela. E o que eles vão fazer, sob a liderança do Cachaça?
Carna-Suécia!!!!!!!
Sim, em sua próxima aventura eles irão todos pra Suécia, país do tamanho de Higienópolis, onde o tédio é tão grande que só existem três coisas pra fazer, sexo, filme pornô e suicídio e não necessariamente nessa ordem. Já imagino eles saindo do Brasil, com a mala cheia de CDs de axé, auxiliados pelo fato de que ninguém vai entender as letras. Vão pedir pra tocar isso "só um pouquinho, vai" em todos os bares por onde passarem. Vão caprichar no “sou faraó, cadê minha mãe” e assim se tornar uma unidade carnavalesca móvel, com esperanças de angariar as entediadas suequinhas no seu trem alegre. Culturalmente é uma aposta arriscada: nos carnas beija-se muito e come-se pouco, enquanto na Suécia é o contrário e as mulheres só beijam na ultima hora, momentos antes de dar. Isso pode gerar maus-entendidos (ou bons, se você vai escrever sobre eles). Tudo indica que eles devem se divertir...
Mas minha impressão é que veremos uma drástica subida nas taxas de suicídio.
0 intromissões:
Postar um comentário