Cachaça e Clark passeavam pela Rússia. Após uma noite execravelmente dormida, eles vão visitar o túmulo de Lênin. Ainda no metrô eles resolvem testar uma teoria e o cachaça levanta e se dirige em alto e bom som aos passageiros: "O presidente de vocês é uma bicha e vocês todos cheiram mal". Ninguém esboça reação. Eles param para pedir informação, que um velhinho dá em russo. O Cachaça começa a dublar o velhinho, que muito gesticula, em tempo real: "aí você enfia no seu rabinho e depois vira a direita". Mais um sucesso na prova da teoria que na Rússia os falantes de português estariam a salvo de ouvidos compreensivos. Quando eles chegam no túmulo de Lênin já é noite e está tudo fechado. Rumam então para a festa de aniversário da cidade no apartamento de um conhecido, que eles conheceram no Barco Sueco do Amor (mais sobre isso em breve). Uma turma multi-cultural, formada além do Cachaça e Clark por um inglês, um italiano, uma menina muda, de nacionalidade por isso desconhecida, uns brasileiros manés e outros. Só faltou o papagaio fanho. Enfim Cachaça estava lá fumando seu baseadinho quando o amigo português vêm até a rodinha e pede pra dar um pega, em português de Portugal. Cachaça gentilmente cede seu cigarrinho de orégano. O português dá dois tapinhas, jogo o negócio inteiro no chão e pisa em cima. O Cachaça arregala os olhos e assim que recupera a fala diz em alto e bom som, olhando nos olhos: "FILHO DA PUTA!!! FILHO DA PUTAAAAAAAA!". Constrangido, Clark diz pro Cachaça com sua admirável discrição e como se ninguém mais entendesse: "então, cachá, acho q tem uma chance BOA de ele, PORTUGUÊS, entender a língua portuguesa". Ninguém sabe - o portuga foi embora mudo.