sexta-feira, 27 de julho de 2007

I dream of this



But I fear that when this is affordable or available to me, I´ll be dead. Shipping my ashes to space just won´t cut it. Not an astronaut, another broken dream.
Why only millionaires and engineers go to space? How about, hey lets pick this nice kid from Brazil and take him to the shuttle, a week at MIR, and then let him parachute back?
mas não, nada disso nunca acontece comigo

Mais spacewalks na fonte,
http://fogonazos.blogspot.com/2007/07/top-10-best-spacewalks-ever.html

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Cápsulas de conversa alheia.

Três Histórias Verídicas, menos uma:

Motorista de Táxi e Senhora de Idade em um acidente de trânsito:
- Puxa vida minha senhora, que barbeiragem hein!
- Mas não sei como isso aconteceu, eu dirijo há vinte anos e nunca bati.
- Nunca bateu? Nunca bateu? E sabe porquê??? PORQUE A GENTE DESVIA DA SENHORA!! A gente desvia!! É sim, só por isso a senhora nunca bateu. A gente desvia da senhora!


Dois figuras no ponto de ônibus:
- Cara, que história horrorosa!
- Podicrê. mas... e vc, tem usado camisinha sempre?
- SEMPRE!! Sempre, sempre. 100%. E tu?
- Hmmm, acho que 50% das vezes.
- Pô, cara, 50%? Foda hein... E como você decide quem é com e quem é sem?
- Erm... não não, 50%. A primeira é com e a segunda é sem.


Chico Estrela e uma beldade:
- Ai que medo, essa mata fechada... e tá escurecendo...
- Medo? VOCÊ tá com medo? E EU que vou ter que voltar sozinho, nessa escuridão!??!?

sexta-feira, 20 de julho de 2007

xkcd - alone



as usual, clique na imagem para visualizar full

terça-feira, 17 de julho de 2007

Lá vem o Sísifo subindo a ladeira...

Segundo Camus, o Mito Decisivo (Le Mythe de Sisyphe).
Parece que os autores franceses gostam de trocadilho mais que eu.
Em respeito a eles não direi nada sobre como Sísifo sifu.
Nessa foto, tirada diretamente no local, vemos o mito em uma variante menos determinista: de modo greco-anti-einsteiniano, os deuses de fato jogam dados com o universo.
Esse só sai do castigo se conseguir um duplo seis, e olha, com um dado só vai ser bem difícil. Sádicos esses deuses.
Sísifo, pra quem não lembra, era o cara mais esperto da praça, enganou a morte não uma mas duas vezes, dando um colarzinho que era na verdade uma coleira, pasmem, e outra dizendo que ia se vingar da esposa e comprar cigarros na superfície e já já voltava..
Mas a morte, ah, essa tem todo o tempo do mundo.
Sujeitinho vai ficar pra sempre aí no castigo, ao contrário de Prometeu, que foi libertado pelo filho do dono.

16* Round

Tem dias que durmo, não lembro dos meus sonhos
e acordo de manhã como um lutador de boxe,
queixo tenso, protetor de dentes na boca,
de pé todo zonzo ao som do sino
e esse é só o segundo round

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Pictures of Lilly

Em plena avenida Bedford, encontramos lado a lado estas contrastantes figuras femininas.
Engraçado, tenho um par de algemas parecido. Só que preto.
E em vez de afastador dourado prendo uma na outra, e ambas na cama, usando correntes de cachorro.
Agora, Tupperware Party?
Dixie, you can do better that!


Se alguem perguntasse:
"Menina, o que você quer ser quando crescer?"
- Algemada!
Seria um golpe duro para os pais,
mas melhor do que QUALQUER coisa ligada a tupperware...

sexta-feira, 6 de julho de 2007

...Entre o vestígio e a bruma.

O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...

São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.

São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.

Fernando Pessoa, 5-9-1933

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Assim


























otimo zumbi sagitariano do monsterbymail.
(via boingboing)

terça-feira, 3 de julho de 2007

Gravitacional

Tem dias que eu tenho vontade de me jogar na parede a duzentos por hora
Com toda a força dessa sensação de alguma forma sem veículo algum
De esmurrar pontas de faca brandindo um sorriso insano
Acertar a parede com toda a vontade e violência
E mesmo que me esmigalhasse tudo se juntaria
como gotas de mercúrio, a me estraçalhar de novo,
deixando apenas sucessivas manchas
e dizem que mercúrio é tóxico

Tem dias que eu procrastino tudo até o limite do desespero
Em geral esses dias começam com uma manhã fria, que estende sua sombra como um prédio que construíram ao lado da sua janela (e isso de fato aconteceu) e é quase impossível deixar o calor do lençol e dos gatos.
Acabo sentado na cama por pelo menos meia-hora, diluindo veneno e desgosto do mundo, perguntando porque não posso dormir mais meia-hora, mais meio-dia. E a meia-vida disso dura mais que uma vida inteira e por isso não se vê diferente. E não há outras vidas senão essa, que patetas.

Tem dias em que jardino rosas de triviais misérias e faço um buquê, sobre o qual sapateio vigorosamente, depois sapateio mais e ao chutar suas partes esvoaçantes dou uma terrível topada com o dedão, que infecciona e cai e seria usado pra estilingar em sonhos todos aqueles atravancando meu caminho não fosse péssima a minha mira.

Tem dias que eu acordo de bom humor,
mas seriam infinitamente raros e não estou sequer certo que existam, exceto talvez como aquela proverbial cenoura eternamente na frente do burro.

tua última quimera

Versos Íntimos é um dos melhores poemas do insuperável Augusto dos Anjos, mas é também dos mais conhecidos e abusados pela plebe. Budismo moderno então, ainda que fenomenal, caiu nas garras vis do arnaldo antunes. E para preencher o vácuo abismal, aqui vão dois sonetos dentre meus preferidos. Vale dizer que a Árvore da Serra não é um poema ecológico, ok?

A árvore da serra

— As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

— Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pos almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma! ...

— Disse — e ajoelhou-se, numa rogativa:
«Não mate a árvore, pai, para que eu viva!»
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!
E este é o corrupião. A primeira frase do poema "Escaveirado corrupião idiota" me lembra carinhosamente dos meus amigos, mais pelo tom que pelo conteúdo, já que meus amigos não são de forma alguma corrupiões e apresentam vagos traços de cerebelo.

O corrupião

Escaveirado corrupião idiota,
Olha a atmosfera livre, o amplo éter belo,
E a alga criptógama e a úsnea e o cogumelo,
Que do fundo do chão todo o ano brota!

Mas a ânsia de alto voar, de à antiga rota
Voar, não tens mais! E pois, preto e amarelo,
Pões-te a assobiar, bruto, sem cerebelo
A gargalhada da última derrota!

A gaiola aboliu tua vontade.
Tu nunca mais verás a liberdade! ...
Ah! Tu somente ainda és igual a mim.

Continua a comer teu milho alpiste.
Foi este mundo que me fez tão triste,
Foi a gaiola que te pôs assim!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

outrodiaoutrodiaoutrodia

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa ~
1931