segunda-feira, 30 de abril de 2007

pra quebrar um pouco essa uruca

"Eu não acredito em astrologia. Nós sagitarianos somos muito céticos"
Arthur C. Clarke

GAHHHHH!

%^#)&^!_#*($&@!*#($)&*(&^)&*)&^(_*!!!!
Lembrei que tinha 100 euros escondidos na carteira que roubaram. aposto que devem ter jogado a carteira fora sem achar o dinheiro. Lamaaaaaaaaaaaaa.
damnit!!!

Brooklyn Bridge


domingo, 29 de abril de 2007

Icarus and Lolita

Fly
on your wings
like an eagle
Fly as high as the sun
On your wings
like an eagle
Fly and touch the sun



His eyes seem so glazed
As he flies on the wings of a dream

Now his wings burn to ashes to ashes his grave

Fly
on your wings
like an eagle
Fly as high as the sun
On your wings
like an eagle
Fly and touch the sun
(letra iron maiden)

sábado, 28 de abril de 2007

Wild Mood Swings (pix)

Aqui os dois caras. Acabei encontrando eles na sexta feira de novo.
Esses caras make my day




sexta-feira, 27 de abril de 2007

martin potts





um brinde ao seu acidente!

tintin!
Estava na casa da Andrea tomando um vinho e contando para o roomate dela sobre o acidente quando nos demos conta que faziam exatos seis meses. Fizemos um brinde respeitoso. A noite prosseguiu brevemente e antes da meia-noite já estava de partida para casa, a quatro quarteirões dali. Tive uma ótima reunião nesse dia e estava particularmente feliz. Andava rápido simplesmente por ter descoberto que consigo.

Quando estou debaixo da ponte olho para trás e vejo dois figuras a uns vinte metros. Fiquei quase envergonhado de estar andando rápido. Não pensei que fosse nada, mas um sexto sentido me faz andar ainda mais rápido. Bem rápido. Demais até dadas minhas limitações.

Chego perto de casa e sei que preciso entrar o quanto antes. Primeiro dilema: a porta tem duas fechaduras, a de cima e da maçaneta. Em geral precisa abrir a de cima primeiro, mas as vezes ja esta aberta. Resolvi arriscar e vou direto na de baixo. A porta não abre e os dois caras me encurralam na porta.

O primeiro mostra uma arma (uma pistola automática, pelo pouco que sei). Ele meio que esconde a arma, não sei se pra ninguém ver que ele esta armado ou porque a arma fosse falsa.
Novamente me veio a sensação que dessa vez eu me ferrei. Será que a cada seis meses tem disso?
E o cara armado diz em um tom pouco simpático:
"DONT TURN THIS INTO A HOMICIDE!!"
ao que, surpreso, respondo:
"YOU dont turn this into a homicide!"

Quando a coisa parece ruim o suficiente, o cara grita:
"now open the door!"
open the door? imediatamente me veio a cena do motel em Cidade de Deus. Armados e uma vez la dentro eles nao teriam pressa de sair, podendo roubar matar e estuprar os hóspedes da casa. Tive um feeling que eles não deveriam entrar de jeito nenhum. Por outro lado o cara estava armado. Ele grita de novo e gesticula com a arma, "open the door!!".

tentando ganhar tempo, em vez de abrir a porta resolvo agir como seria de se esperar de alguem na minha situação, e em vez de abrir a porta digo, exagerando o tom de medo que de fato eu sentia: "please dont hurt me!". Ele pega as chaves e tenta ele mesmo abrir a porta. Enquanto isso o outro pega minha carteira e celular do meu bolso. O primeiro cara não consegue abrir a porta (tres chaves, duas fechaduras) e grita novamente, ainda mais impaciente "open the fucking door!" . Eu tinha esse feeling que se eles entrassem a situação ia descabelar loucamente, e ja que ele ja estava tendo dificuldade com as chaves, eu respondi: "man you have the keys just open the door". Ele tenta mais um pouco e absolutamente do nada o outro me da um senhor murro na cara. Quando dou por mim eles ja foram. Fico mais uns minutos do lado de fora, encolhido no pe da porta e depois entro em casa.

(fim da parte um)

Parte dois:
Entro em casa em síndrome do stress pós-traumático. Minha mão treme. Chamo o Pablo e a Veronica mas ninguém responde, devem estar fora ou dormindo. Chamo o gato mas o gato também não vem. Teria sido bom se viesse.

Vou para o meu quarto e choro um pouco. depois começo a pensar: e se fui roubado por uma arma falsa? E se tivesse dado uma super muca na cara do armado, quando a arma estava apontada pro chão. Capaz que eu nao me saísse mal nessa briga se a arma fosse falsa. Não reagi por duas razões: um chute light na canela esquerda ia romper minha perna em dois. E, claro, vai que a arma não era de brinquedo? não é poker pra ficar chamando blefe.

Resolvo sair e procurar minhas coisas, que eles poderiam ter descartado pelo caminho. Ja na porta achei que a camiseta vermelha era muito chamativa, troquei pela preta e coloquei meu casaco de wolverine. Pus a mão no bolso, fazendo um volume e fui pra rua. Minha lógica era: se o cara saiu na rua depois daquilo com um volume no bolso deve estar armado nao vamos mexer com ele. Logo me dei conta da fragilidade do meu argumento (assim como da minha pessoa) e volto rapidinho pra casa. Fico sentado na cama ate o dia amanhecer, depois durmo vestido por umas duas horas.

(fim da parte dois)
parte três
Quando começa o movimento na casa vou pra sala. Pablo nota minha expressão e inchaço e pergunta o que houve. Conto e ele me da um abraço. Decidimos chamar a policia. Meu rosto nem dói o tempo todo, na verdade só dói em três momento: quando eu como, falo ou respiro.
Quando a policia esta pra chegar a veronica diz pro pablo: se a policia vai entrar aqui eles vão ter que tirar o sapato também!!! Olho pro Pablo e decidimos que eh melhor falar la fora. Obviamente estou no banheiro quando eles chegam. Conto minha historia com detalhes. O policial faz um monte de perguntas. Muitas delas não tinham nada a ver com nada. Ele pergunta se a varig ainda existe, eu digo que mais ou menos. Ele conta que costumava abastecer os avioes da varig com combustivel, antes de ser policial. Depois de quase duas horas eles vao embora. Peco dinheiro emprestado pra tomar o metro e vou pro trabalho. Faco o mesmo caminho que na noite anterior. Embaixo da ponte, perto da cerca, o que encontro? meu celular. Tendo cancelado os cartoes de crédito me dou conta que fui esmurrado por dez dolares, o que tinha na carteira. E possivelmente por ter dificultado o acesso a casa e talvez prevenido uma tragédia.

No trabalho começo a sentir mais dor, mal consigo abrir a boca. Resolvo ir pra casa, compro um suco de acai com banana e morango tamanho xxxl. Faço o mesmo caminho mais uma vez e desta encontro, perto de onde estava o telefone, minha tabela de senhas do banco real. cehgo em casa e digo: se eu disser que encontrei os caras e esmurrei eles você acredita? Pablo e veronica riem e dizem que não . E se eu mostrar isso? e ponho meu telefone na mesa. Eles arregalam os olhos e dizem uau, mas eu logo confesso que achei no chao. O telefone da casa toca, a policia quer falar comigo.

(fim da parte tres)
Parte quatro

"Mr kaufmann? aqui éda policia. queremos que você venha ate o precinto"
"Putz. onde fica esse precinto?"
"Frefrons." podia as well ser esquina da walk com dont walk. "Mas eh muito importante que voce venha. tem alguém que pode te trazer?" eu digo que nao. E que estou cheio de metal na perna, e pergunto se tem ônibus pra la. Mais dez minutos disso e consigo uma carona com a policia ate a delegacia.

A delegacia e ultra tipicamente delegacia bagun'cada e suja de filme americano, e as portas das salas dos detetives parecem portas de cadeia e fico nervoso ao entra nela. Por incrível que pareça os caras brincam de bad cop good cop ate com as vitimas!
"Porque você só avisou no dia seguinte??" Pergunta o bad
"Eu estava sem telefone e muito abalado!" respondo
" calma esta tudo bem" diz o good
e assim vai.
Depois de explicar vagarosamente minha história muitas vezes, e ele não entender pontos centrais dela, passamos pelo sofrido processo de descrever os agressores.

Me vi numa situação desconfortável, tendo sido atacado por dois estereotipos e quase incapaz de descreve-los. Não tão desconfortável quanto passar as próximas horas vendo mugshots. O computador é lerdo, tem fotos repetidas, e nunca vi tanta gente feia junta. Muito feia. não acredito em antropometria, mas pq todos tao feios? Eram tao feios que nao conseguiram emprego e foram pro crime? Enfim, hoooooras de mugshots.

peço uma carona pra casa e pergunto: quais as chances de eu ter levado um tiro?
O detetive diz: "Nessa vizinhança? Deixa eu ver. Umas cinco pessoas são assassinadas com arma de fogo la por ano" Sendo de Sao Paulo, eu pensei, só? Mas fazendo as contas é um assassinado a cada dois meses. Vai que fazia dois meses desde o último. Aí ele diz: até que tinha chance sim. 50-50. Se você tivesse reagido e a arma fosse de verdade eles certamente teriam atirado.

(fim da parte quatro)

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Dont turn this into a homicide he says

Fui assaltado. Dois caras. Uma arma.
terminou com uma bifa na cara.
vou escrever com detalhes em breve.
mas ta tudo bem.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Inteligent design é a mãe

Vi essa exposição com o Martin, tinha um título chamativo.
Inteligent design ou algo assim.
A exposição não me pareceu nem inteligente
nem ligada ao tema "evolução vs criacionismo"



Bedford Ave, Williamsburgh





Martin Pott's Studio at Driggs and Grand





it is a dangerous world


oh no!


(postcard at swankonia)

Fogo no Rabo (evacuação de emergência)



Não há banheiros no metrô. Mas o bom governo americano se prepara para toda situação. Para evitar possíveis constrangimentos resultando de urgências intestinais, eis este cartaz. Vermelho, indicando emergência. Uma imagem de um sujeito correndo apressado com fogo no rabo é o símbolo universal da diarréia iminente. E o simpático texto: "Evacuação no metrô não ocorre com freqüência, mas quando acontece, queremos que nossos usuários estejam preparados."

terça-feira, 24 de abril de 2007

Subway Poetry

i too can haz cheezburger

no infinites for you

The Future is not here

"Fala com a minha mão"

Donald, 1937

um blog super legal sobre o futuro que nunca foi:
PALEO-FUTURE

Toda vez que você se masturba...

deus mata um gatinho.
por favor pense nos gatinhos.



(from MEME CATS)

Intervenção no ponto de onibus

Bedford Cheese Shop


Primeiro você fala "acho que morri eu fui pro céu"
Então você vê os preços e diz: "Inferno, definitivamente"

Scarface-hood


Quando eu comentei que estavam desfigurando a cidade o que eu quis dizer foi isso.
Essa foto é no Lower East Side. Me diz se esse mondrongo gigante combina com predinhos antigos de cinco andares? Pra piorar tudo indica que vai ser espelhado.
Com medo da desaceleração econômica pós 9/11, o prefeito Bloombergh resolveu brincar de Sim City ao que parece...

Mundo, conheça Mathilda Potts



Esse desenho foi feito pela filha do Martin, Mathilda, de nove anos. Fiquei impressionado. Olha como os galhos se entrecruzam, as sombras, mesmo o tema... muito bom. Perguntei pra ele "o que você anda ensinando pra essa menina?" Ele disse que nada, que apenas conversa com ela. E quando ela tinha sete anos ele disse "Sabe Mathilda, você não precisa pintar como um bebê pinta. Você pode pintar o que você vê."

outro detalhe interessante: o desenho parece ter sido feito de primeira, não tem nenhuma marca de que algo tenha sido apagado...

Eu não desenho assim nem aos 32...

The Future is Unwritten


(somewhere between ave A and ave B)

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Spring

Ontem com um lindo dia de primavera, andando pelo brooklyn, vendo as árvores trasnformarem-se de nuas para vestidas de cores, dei boas vindas à primavera.

Hj, com um puta calor, já sinto saudades do frio. "E como temer um anoitecer solitário depois do outono cruel que tivemos?" Ao menos suava-se em bicas mas a frio, ao contrário desse calor horroroso.

Surfista Prateado versus Darth Vader

RISE!!!

Em uma cena marcante até para os poucos que não assistiram ao último guerra nas estrelas, picotado e tostado, Anakim é "transformado" em Darth Vader. A voz maligna e ressonante do Imperador dando sua primeira ordem ao recém-nascido diz: RISE. ou ainda "RIIIIIIIIIIIISE"
Antes um cara legal que desandou, agora preso em uma armadura, vader passa a servir integralmente aos propósitos nefastos do Imperador.

Norrin Radd morava em Zen-La e amava uma mina, Shalla Bal. Um dia chega uma entidade cósmica devoradora de mundos, o Galactus, pronto para consumir seu planeta natal. Norrin se oferece em sacrifício. Galactus poupa seu mundo natal enche o bichinho de imensurável poder cósmico transforma o cara no surfista prateado. Também preso em uma "armadura exterior" (na verdade sua nova pele), e também servindo a um grande poder (ainda que galactus não possa ser considerado mau. ele faz o que tem que fazer pra existir). E o trabalho do surfista é singrar galáxias em sua prancha, em busca de novos mundos para Galactus consumir.

Quando tomado de fome inexorável Galactus se aproxima da terra, o surfista defende a terra contra seu mestre. Como punição Galactus o condena a viver para sempre neste mundo. O surfista tenta escapar mas sempre bate em uma invisível barreira cósmica. E assim o surfista passa a viver na terra, cercado de pessoas que o odeiam, impedido de novamente surfar galáxias e buracos negros. O surfista era um dos meus personagens prediletos. Zen, depressivo e solitário.

O que me chamou a atenção foram os cartazes: mostram apenas o surfista em altíssima velocidade e a palavra RISE. Não sei explicar como mas tenho certeza que estão emebebendo algum tipo de continuidade entre um rise e outro.

Temo que o filme seja uma droga, e já me incomoda o retorno do Dr Doom. Mas taí um filme que não posso deixar de assistir. Esperei anos por certos filmes, que me obrigo a assistir sejam bons ou não. O Motoqueiro fantasma, por exemplo. Filme ruim, mas um personagem que também sempre me foi próximo. Esse é outro, Rise of the Silver Surfer.

RIIIIIIIIIISE!!!






this iz chinatown ny, not china btw

Of Life and Death

Tudo a seu tempo.
Não foi hoje que Cho matou trinta e poucas pessoas na Virgínia.
Também não foi hoje que um Tuca Vieira viu um homem se jogar da ponte da dr Arnaldo.
Mas por alguma razão foi hoje que esses eventos me alcançaram.

Sábado fui assistir uma apresentação de literatura digital, Aya apresentou "Lala", excelente performance (já quanto a parte digital não vi nada. terei voltado a ser míope?). Carlos ofereceu uma rodada de tequila, que se multiplicou várias vezes e há anos eu não bebia assim. Por razões óbvias. No domingo a garçonete pergunta se eu quero outro suco. Eu peço um tiro na nuca. Ela era búlgara e muito bonita mas pouco misericordiosa e recusa o tal tiro.

Chegando no escritório pela manhã cedo à curiosidade de ver o polêmico vídeo do atirador de virgínia. E navego por hiperlinks associados à história. Não vou de modo algum defender o assassino, mas preciso dizer que ele não me parece tão alienígena, infelizmente.

Na minha história, quando criança, eu tb fui marginalizado. Teve um ano que eu apanhava quase todo dia no ônibus da escola. Minha irmã, três anos mais velha, não me defendia, ela era mais chegada aos ataques morais. E toda vez que eu tentei me defender, a agressividade piorava bastante.

Quando eu tinha doze anos e fazia aula de bar-mitzva, eu ja usava cabelo comprido e jeans rasgados, e apesar de me considerar maduro tinha cara, voz e tamanho de criança. Fazia karate mas não tinha como ser páreo contra vários moleques, todos maiores que eu. Mais de uma vez pularam em cima de mim como um grupo e rasgaram minha calça até o final. A palavra da autoridade local, o professor Nelson (de quem tenho saudades) foi algo do tipo "quem mandou usar essas calças rasgadas".

Possivelmente no mesmo ano, uma turma da escola resolve cortar meu cabelo. Consigo escapar umas duas ou três vezes. Aviso minha mãe: eu vou me defender. E no dia seguinte levo um RIDÍCULO canivetinho de unhas. De algum modo minha mãe deu pela falta do canivete e avisou a escola. A diretora veio confiscar em plena aula. Eu recuso: Se eles podem tentar cortar meu cabelo eu posso me defender. Sob risco de expulsão entrego a patética faquinha. A diretora avisa que eles não devem tentar cortar meu cabelo NA ESCOLA.

Um dos integrantes desse bando era um psicótico carente, possivelmente homossexual ainda sem sabê-lo. Esse passou o ano me humilhando em público, na frente da menina que eu gostava inclusive, incluindo extensivo uso de violência e terror psicológico. Neste ano, se eu pudesse fazer e não ser preso depois, eu teria matado o cara. Se pudesse pagar para que alguém o matasse, teria feito. Foi um ano de desespero. Me imaginei matando o cara muitas vezes. Muitas vezes mesmo.

Apenas muitos anos depois encontrei um estado de espírito em que, apesar do medo, pude enfrentar oponentes bem maiores que eu. O que foi uma grande transformação interior, tendo crescido tb apanhando do meu pai e da minha irmã, dois oponentes contra os quais era absolutamente impossível reagir (ou reagir sem apanhar ainda mais no fim das contas), realmente não tinha aprendido a lutar contra obstáculos maiores. Aprendi sim a ter muito medo. E obviamente eu batia no meu irmão menor.

Mas após anos de artes marciais, foi finalmente no kung-fu que aprendi a enfrentar (mesmo sem vencer) esse imenso e intransponível medo. E o batismo desse novo eu foi encarar o Apollo (campeão de vale tudo) e o professor dele (boxeador peso pesado + capoeira + judo), obviamente sem a menor chance de vitória, mas o importante era encarar. Foi só depois dessa época que deixei de imaginar encontrar meu antigo algoz na rua, e não estando impedido pelo atraso de entrada na adolescência (ou pelo puro medo), espancar o cara além dos limites do mau-gosto.

Quando entrei na faculdade, pretensos amigos vieram cortar meu cabelo numa festa. Estava em um chão de ladrilhos e chovia de leve. o primeiro veio na minha direção, estiquei o braço e o cara estava caído no chão. Disse "nem vem". O segundo veio com a tesoura, segurei na tesoura e torci os dedos do cara. Devia ter jogado a tesoura muro afora, mas deixei ela num canto, tipo, já venci, me deixem em paz. Meia hora depois vem outro imbecil. Tento repetir o truque da tesoura mas dessa vez não dá certo, e quando vejo tem sangue escorrendo no braço. Uma amiga me levou pro hospital, mas ela estava tão nervosa que a partir do meio do caminho eu mesmo fui dirigindo.

O cara de virgínia matou indiscriminadamente. Pessoas que não tinham nada a ver consigo, que meramente faziam parte da sociedade que o rejeitou. Nada justifica esse massacre, e parece que ele era doidinho da cabeça. Mas eu sei o que é ser arrastado para além dos limites. Eu sei o que é falar agora chega, não suporto mais, pela vigésima vez, apenas para ver a situação piorar ainda mais. Não vou advogar pelo assassino, afinal este é o papel do meu grande amigo, mas não consigo deixar de pensar que de alguma forma eu entendo algumas das coisas que ele sentiu. Gosto de pensar que mesmo se minha situação tivesse piorado terrivelmente, ainda assim eu não tomaria um caminho como o dele. Mas o fato é que não tenho certeza. Existe um ponto, ainda que diferente para cada pessoa, em que todo mundo quebra.

Passando de matar a morrer:
Navegando pela questão do massacre, acabei chegando em um link da Piaui, que traz como conexão um suicídio e a decisão do fotógrafo de tirar a foto e publicá-la, assim como a NBC sobre mostrar ou não o vídeo do assassino.

A história, que pode ser lida aqui, trata de um encontro entre o fotografo e um suicida em potencial, bem ali no meu bairro. De alguma forma esse encontro ressoou nos meus ossos e é quase como se eu tivesse sido ambos os personagens. A mulher do futuro suicida o havia deixado, levado as crianças e sumido. Ele sucumbiu ante a rejeição e desamor.

Eu já vi pessoas sentadas na beira e sei o horror que é. A vontade de sair correndo e a impossibilidade de fazê-lo. Para minha grande sorte ninguém se matou, com sucesso, na minha frente. E eu já estive na beira. Nunca pulei e acho (hoje, com dúvidas) que não pularia. Mas já testei a sorte e o destino, por exemplo no heliporto de um prédio de um amigo (naquela mesma sétima série.) Na beira do heliporto tinha uma cerca de arame diagonal, e nós corríamos e pulávamos nessa cerca com os dois pés. Cedendo uma queda de vinte e dois andares nos aguardaria. E em um misto de confiança e certeza que a cerca não romperia e um desejo oculto que ela se rompesse, pulávamos. Nessa época eu costumava pensar que se sofresse de uma doença terminal, meu fim escolhido seria saltar de para-quedas da maior altura possível. Sem para-quedas, claro. Depois do meu acidente sei que isso é tempo demais. Pulando de um avião rumo à morte certa, dá tempo de se arrepender e se achar um burro, tão burro que merecia ter pulado, tão merecedor que ainda bem que pulou e então se arrepender de novo (uma péssima hora para aprender a perdoar).

O cara da virginia matou 32 colegas. O cara da ponte pulou. A nbc exibiu o vídeo. O tuca escreveu um texto para expiar o fato de ter fotografado o corpo. Publicar a foto nem se compara a trazer indelevelmente a visão do salto na memória. Nada justifica o massacre (dos alunos da escola, do desamado self) mas esse é o mundo em que vivemos, em que escolhas impossíveis pairam no limite - e entre um horror e outro existe apenas o rodopiar de uma moeda.

sábado, 21 de abril de 2007

Ei vcs estao vendo aquela luz no fim do tunel??

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Um erro crasso

É muito comum que as pessoas confundam o meio e a mensagem. E não estou falando de Marshall MCLuhan. Em vez de explicar vou direto aos exemplos:

Se escreve um livro pode ou não ser um escritor. Se for um romance, mesmo que ruim, ok, escritor. Se for um manual técnico sobre desentupimento de vasos, mesmo que publicado em livro, não. Em relação ao Paulo Coelho, depende pra quem faz a pergunta.

Antigamente os meios de publicação e distribuição eram monopolizados por uma minoria. Mesmo depois da invenção da grande rede, para colocar uma página no ar eram necessários conhecimentos de HTML, FTP e algumas cositas mais. Aí inventaram uma ferramenta que permite, através de uma interface web, de modo fácil e automático, que qualquer um tenha acesso a publicação e distribuição. E viva a democratização dos meios de publicação e distribuição.

Sendo uma ferramenta tão poderosa e flexível, blogs trazem conteúdo de toda sorte. Tem blogs visuais, literários, informativos, úteis, inúteis, técnicos, místicos, reblogs, diretórios, diários, de arquivo, enfim, o escambau.

O ponto em questão?
A palavra blogueiro. Tenho horror e asco a essa palavra. "Blogueiros" são como um trem gay da alegria em que um põe no do outro e o círculo se fecha. Sério agora, se não basta escrever via livro pra ser escritor, tb é um erro crasso associar todos que usem, das mais diversas formas, essa ferramenta de auto-publicação sob essa terrível alcunha.

Na falta de palavra melhor, prefiro que me chamem de "Imbecil" ou "Desocupado".

Atirador na Nasa

Dizem as úlitmas notícias que tem um cara armado atirando no prédio da Nasa.
TAmbém!!
Quem mandou não deixarem ele ser astronauta...
(Por outro lado eles não tem critério, outro dia uma astronauta vestiu fraldas e dirigiu horas para aterrorizar uma rival amorosa).

Eu queria ser astronauta quando criança. Mas enjoava até em carro.
Quando adolescente parei de enjoar. Depois do acidente, tem dias que só de sentar no banco do carro (qualquer um que não o do motorista) já estou suando frio.

Mas como eu queria voar sem gravidade. Quem sabe um dia ganho um daqueles voos zero-G, ao menos?

Ta cheio desse la em casa

DUSTO BUNNY!!!
HAHAHAHAHA
DUSTO BUNNY!!!!!!!!!
(risos incontrolaveis)

Aposto que ele tem outros monstros parceiros:
- Manchu Candiduru
- Furu Nakamisa
- Dirto Glassuru

Todos filhos de Kaiju, que quer dizer Dona Maria em japonês





(Dust Bunny: quando a poeira vai se acumulando, aglomerando montinhos de sujeira que, com o vento, se mexem como coelhinhos de pó.)

quarta-feira, 18 de abril de 2007

O Enigma dos Guardiões

Também conhecido como o paradoxo do mentiroso
exemplo clássico: "essa afirmação é falsa"
Qualquer um que tenha visto "Labirinto" quando criança já tentou decifrar a lógica de fazer a pergunta certa para descobrir qual o caminho que não envolve morte.

Somando-se esse paradoxo filosófico com stick figures,
aqui um pequeno twist sobre o tema:

(sugiro clicar na imagem para ler em full size)

"She absolutely did not shoot you and I completely expected"??
BWAHAHAHAHAHAHAHAH!!!

Neste, apresentando outros sticks, temos a versão com três guardas
Um mente, um fala a verdade e o outro esfaqueia quem faz perguntas capciosas
(stalemate)


E aqui a versão "dragão de três cabeças".
Um mente, o outro fala a verdade e o outro alterna entre as duas coisas

Esse me dá dor de cabeça...

fontes:
Language Log
The Order of the Stick


.