quarta-feira, 27 de agosto de 2008
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Cachaça: faça seu pedido
Cachaça chega esbaforido na casa do Judeu. Seria redundante dizer que tinha fome. Igualmente redundante presumir a ausência de comida. Resolve então pedir um lanche e pergunta aos amigos se alguém quer algo. Ninguém quer nada. Ele pega emprestado o celular do Judeu, apesar de portar um igualmente capaz de fazer ligações (ligação custa caro) e liga pro Burdog. Cachaça, que já tem dificuldades suficientes em pedir pra si mesmo, se vê cercado de pessoas que subitamente querem coisas complexas, como xburguer e milksheikson. Lá pela terceira alteração de pedido o atendente perde a paciência e manda o cachaça tomar no cu, onde já se viu, que imprestável, não sabe nem fazer pedido. Cachaça gagueja, pasmo, enquanto o cara reitera o que acha do Cachaça e sua capacidade de fazer pedidos. Quando o cachaça chega no ponto em que já levou lambada o suficiente e começa a frase "Mas quem é você, seu..." ouve o sinal de tu-tu-tu e desliga, garantindo que qualquer pedido futuro feito pelo Judeu no estabelecimento venha cuspido.
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Cemitério, lugar de gente feliz
Meu sócio aparece aqui de preto, todo galante e bem-vestido, pergunto a ocasião. "Enterro". Digo que eles está muito bem e que assim as pessoas deveriam morrer com mais frequência. Parece que era um enterro de parente, então meu elogio não foi tão bem recebido. Ele pergunta o melhor caminho para o cemitério do morumbi. Olho no site e explico. Por curiosidade, clico na home page do cemitério. A frase era "O cemitério do morumbi mantém uma infra-estrutura completa para garantir o seu bem-estar com o mais alto padrão". O redator só pode ter vindo do mercado imobiliário. Faz sentido, até porque uma tumba lá deve ser mais cara que muito apartamento.
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quinta-feira, 14 de agosto de 2008
induzam um coma e façam ressonância magnética e punção lombar
A maratona House está começando a mostrar seus efeitos. Isso, claro, além do óbvio que é certo número de pessoas dizer que o House sou eu. Só porque ambos somos mancos, nos falta um pedaço de músculo na coxa, fomos inspirados no sherlock holmes, temos um coadjuvante amigo único mas meio bobo, somos drogaditos, estamos sempre certos, e quando não estamos é parte do processo para estar, temos alguns cabelos brancos, ocasionamos prejuízos físicos e morais aos que nos cercam, tivemos moto, não fizemos fisioterapia direito e sabemos que seu problema não é Lupus nem MS e sim parasitas no olho ou gonorréia cerebral. Aliás talvez uma pequena diferença, o amigo bobo dele é um oncologista que gosta de pessoas, enquanto o meu é quase um house, só que em vez de médico é advogado, e em vez de fazer de tudo pra salvar pacientes faz de tudo pra livrar supostos corruptos inocentes de suas merecidas penas injustas acusações.
O efeito em questão foi uma sucessão de pesadelos dos quais pouco me lembro. O episódio da noite anterior aos sonhos foi um em que um velhinho de 88 anos precisava de um transplante cardíaco, que é recusado e tudo que lhe sobra é um coração com gonorréia de uma gordinha que ganhou a gonorréia de seu marido, nada menos que o telepata de “heroes”, fazendo no house praticamente o mesmo papel menos a telepatia. Aos sonhos. Em um deles eu estava prestes a receber um transplante de coração ou uma outra cirurgia cardíaca de alto risco. Pediram minha permissão pra me apagar e começar o processo. Em um misto de desespero e estranha calma, dei o meu ok – quanto antes começa antes termina. No sonho eu já tinha passado por isso antes e era essa a razão da minha ansiedade -sabia o que me esperava ao acordar – muita dor, um pós-operatório lento e dias no hospital enquanto o osso serrado no peito cicatriza e etc - ou seja, o que me esperava era uma semana no hospital parecida com a que eu de fato passei. Começaram a anestesia e a sensação era a mesma que temos quando nos percebemos adormecendo, o que não deixa de ser um tipo de morte. De alguma forma a operação aconteceu e não-aconteceu – eu tinha uma cicatriz horrível no peito (igual à que o House tinha na perna) mas meu problema não estava resolvido e eu tinha que discutir coisas com pessoas estranhas em ruas de areia com casebres na bahia. Pessoas tentaram atirar em mim com aquela arma de arco-e-flecha, acho que uma besta. Nessa noite acordei e voltei a dormir algumas vezes, voltando a um estado de sonho. Acordei com imensa dificuldade, suado e com olheiras profundas. Olhei para o peito e não tinha nenhuma cicatriz. A sensação permaneceu ao longo do dia e já olhei mais algumas vezes pra ter certeza que não tem nada lá.
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sexta-feira, 8 de agosto de 2008
666, 888, 883
Só gostaria de lembrar que hoje é 08.08.08.
888 parece inócuo apenas para olhos incautos.
Qualquer habitante do inferno sabe que se pegarmos 666 e aumentarmos o número em um terço, dá 888.
Minha moto era uma 883.
Isso não tem nada a ver com 666 nem 888, mas deu saudades dela.