quarta-feira, 6 de maio de 2009

Lacan entre a vida e a morte. Meu laquinho...

Meu pequeno lince, liquidificador com garras, Aru que arrulhava, Quito, o gato lacônico que em sua infância miava apenas um meio miado , um "mi".
Pois meu gato caiu doente, quase que literalmente. Passou o dia sumido e finalmente encontrei-o debaixo da cama. Seus olhos iam de um lado pro outro muito rápido, sem parar, e assim ficaram por dias. E o equilíbrio foi pro espaço, ele só fica com a cabeça inclinada pra direita e cai pra esse lado. Mal conseguia andar, ia batendo nas paredes, caindo no chão, não conseguiu subir no sofá. Isso começou na quinta de noite.
Esses dois sintomas acusam algum problema neurológico que não é possível identificar, já que gato não fala e medicina diagnóstica felina ainda é uma fantasia. Cadê o House(Cat) MD quando a gente precisa dele?
Com a medicação o olho parou de tremer, e ele melhorou um pouco, mas o equilíbrio continua prejudicado, ele não come, não bebe água e a cada quatro passos tem um espasmo e cai de costas no chão. Me seguro pra não chorar, tanto na hora quanto agora.
Levei ele várias vezes na caixinha de areia, tadinho cai na areia, cai ao sair da caixa, mas ele se segura e só sujou um móvel, no auge da crise. Fora isso segura até eu levar ele pra caixinha.
Tenho dado alimentação à força, e quem conhece sabe como o gato fica horrorizado, um verdadeiro estupro de suas vontades, mas tem que comer. com ressentimento ou sem.
O Mao-Tse, irmão que é, cuida, olha e ajuda o Lacan a se limpar. E vira e mexe aproveita quando ninguém está olhando e cobre o coitado de porrada.
Assim, ainda não sabemos se ele vai melhorar, se vai sobreviver.
Eu queria muito que ele melhorasse, um pouco mais, ele até já conseguiu ir sozinho na caixa de areia, mas ainda não come... precisa ao menos comer sozinho... mesmo que fique sequeladinho - assim como o pai. memento mori, todos devemos morrer, mas não meu gato e não tão cedo, ele só tem cinco (ou seis) anos e precisa viver pra sempre e não sair nunca do meu lado, do meu colo, do pé da cama, da mesa de jantar onde ele arranha meu braço e pede por tomates. Lacan que deixa a Lucia toda sorridente cada vez que passa em seu campo de visão.
Lacan, laquito, meu gato, meu gato, meu gato, fique bom, sim?

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