sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

White Nights and Fastidious Horses

Quando eu era criança e "O sol da meia noite" era o filme do ano, lembro que fiquei muito impressionado com uma cena que o barishnikov põe uma fita cassete no estéreo e começa a dançar em um enorme teatro vazio. A música era algo visceral, em russo, e fiquei com uma forte impressão. Depois de velho, com o advento da internet, descobri a música, a letra e o Vladimir Vysostski uma espécie de Leonard Cohen russo.

(link para o mp3)

KONI PRIVEREDLIVYE

Vdol' obryva, po-nad propast'yu, po samomu krayu
Ya konei svoih nagaikoyu stegayu, - pogonyayu, -
Chto-to vozduhu mne malo, veter p'yu, tuman glotayu,
Chuyu, s gibel'nym vostorgom - propadayu, propadayu!

Chut' pomedlennee, koni, chut' pomedlennee!
Vy tuguyu ne slushaite plet'!
No chto-to koni mne popalis' priveredlivye,
I dozhit' ne uspel, mne dopet' ne uspet'!

Ya konei napoyu,
Ya kuplet dopoyu,-
Hot' nemnogo eshe postoyu na krayu!...

Sginu ya, menya pushinkoi uragan smetet s ladoni,
I v sanyah menya galopom povlekut po snegu utrom.
Vy na shag netoroplivyi pereidite, moi koni!
Hot' nemnogo, no prodlite put' k poslednemu priyutu!

Chut' pomedlennee, koni, chut' pomedlennee!
Ne ukazchiki vam knut i plet'.
No chto-to koni mne popalis' priveredlivye,
I dozhit' ya ne smog, mne dopet' ne uspet'.

Ya konei napoyu,
Ya kuplet dopoyu,-
Hot' nemnogo eshe postoyu na krayu!...

My uspeli - v gosti k bogu ne byvaet opozdanii.
Tak chto zh tam angely poyut takimi zlymi golosami?
Ili eto kolokol'chik ves' zashelsya ot rydanii,
Ili ya krichu konyam, chtob ne nesli tak bystro sani?

Chut' pomedlennee koni, chut' pomedlennee!
Umolyayu vas vskach' ne letet'!
No chto-to koni mne dostalis' priveredlivye,
Kol' dozhit' ne uspel, tak hotya by dopet'!

Ya konei napoyu,
Ya kuplet dopoyu,-
Hot' mgnoven'e eshe postoyu na krayu!...



CAVALOS OBSTINADOS
Na beira de um penhasco áspero, sobre o abismo infinito
Eu chicoteio meus cavalos, seguro o chicote como um espasmo
Mas o ar torna-se mais fino, eu engulo o vento, me afogo, choro
E percebo com êstase mortal, estou morrendo, estou morrendo!

Coro:
Diminuam seu galope, oh meus cavalos, diminuam só um pouco!
Não escutem o chicote!
Mas os cavalos que a mim couberam são obstinados e intolerantes
Não terminei de viver, não posso terminar a canção

Cavalos, eu os deixarei beber àgua, enquanto completo esse refrão
Apenas por mais um momento eu estarei na beira

Vou perecer, como uma pena que o furacão engoliu
Em uma carruagem me puxarão através da neve em galope cego
Eu peço a vocês meus cavalos, diminuam seu ritmo um momento
Eu peço, por favor, prolonguem meus últimos segundos

Coro:
Diminuam seu galope, oh meus cavalos, diminuam só um pouco!
Não escutem o chicote!
Mas os cavalos que a mim couberam são obstinados e intolerantes
Não terminei de viver, não posso terminar a canção

Está acabado, hóspedes do eterno não podem atrasar-se,
Então porque os anjos cantam com terríveis reprimendas em sua voz,
Ou o sino levado pelo cavalo enlouqueceu e está soluçando
Ou sou eu que estou gritando para meus cavalos diminuírem sua marcha?

Diminuam seu galope, oh meus cavalos, diminuam um pouco!
Não escutem o chicote!
Mas os cavalos que me deram são obstinados e intolerantes
Não pude terminar de viver, ao menos deixem me terminar esta canção

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