quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Cigaretore

E não seria tudo absolutamente inútil?

Essa é uma péssima maneira de começar a manhã, ainda que ótima pra começar a estória. Os humores matinais tenebrosos são um tema recorrente da humanidade, ao menos da parte que faço parte.

Saiu da cama tropeçando, desesperado por um cigarro. Pega o maço, que está vazio. Mas arrá, espertão, abre a gaveta do criado-mudo e pega o segundo maço. Também vazio. Mau sinal e ainda por cima deja vu.

Vai pra cozinha e encontra a faxineira comendo granola em um copo de vinho. Era o único copo limpo, disse ela. Há algo de errado aqui. O cereal parece bom. Você tem um cigarro, ele pergunta. Não, parei. BOM, espero que a granola não tenha acabado então. Non, não acabou, mas o leite sim, quer água?

É claro que só então ele percebe o quão atrasado está. Merda, a reunião! Veste-se muito rápido e corre pro elevador. A faxineira está segurando a porta. Ele agradece, mas o copo de vinho vai estar sujo e na pia quando ele voltar. Na verdade ele não sabe mais exatamente o que ela faz ou deveria fazer.

Ele pega um taxi, cincão a mais se vc correr pra cacete, aliás não teria um cigarro, teria? Ah, tudo bem, já imaginava.

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