domingo, 18 de março de 2007

duas vezes no mesmo rio

Depois de quase um ano eh um prazer melancolico estar em ny de novo. Nem eu nem a cidade somos os mesmos, ainda que definitivamente sejamos. O rio nao eh o mesmo mas carrega o mesmo nome e fica no mesmo lugar. E o que eh o tal rio? certamente nao eh a agua, que corre e muda. E o que somos nos? certamente nao nossas celulas, que se renovam a cada oito anos.
O que rege nossas escolhas? o que rege cada curva que o rio faz?
A metafora vai ate certo ponto apenas.
A cidade eh um mapa de lembrancas por onde navego... a van que me trouxe deixou um japones no dormitorio onde eu morei quando entrei na NYU. A neve que caia parecia com outras neves que cairam, e andar pela neve me lembrou de outros lugares nevados por onde caminhei e por onde nao mais farei snowboard (melancolia).
Nao me arrependo de ter comprado a moto apesar de ter me arrebentado, e o mesmo vale para varias coisas que trouxeram resultados parecidos. (how many darkest moments and traps still lay ahead of us?).
Engracado como arrependo e arrebento sao quase homofonicas. Nao me arrebento apesar de ter arrepentado? Saco, odeio escrever sem acentos. Caminhando de volta pro apartamento comprei um sushi e cervejas kirin no mercadinho japones. Comi sozinho como quem realiza uma cerimonia do cha e me dei conta de quao poucos amigos me restam, de um modo geral, e em especial por aqui... O que as pessoas fazem depois que todos os amigos se vao, levados pela morte, ou pela vida?

2 intromissões:

Anônimo disse...

Incrível! Cheguei em casa, e também comi sozinha, não era comida japonesa...Depois de colocar umas coisas em ordem em casa, tomei um longo banho (não de banheira) e fiquei contando carneirinhos até pegar no sono...rs
Beijos

Neural disse...

cada vez que eu conto carneiros tem menos carneiros, culpa do lobo. preocupado com o rebanho acabo insone