quarta-feira, 28 de junho de 2006

"Vai se fuder"

Bom, fui lá na tal da torre. Saí sozinho e sem mapa, metido que sou. Inclusive, por alguma razão que me escapa, todo mundo vem me pedir informação. Obviamente que não sei de nada. Ou ainda, sei pedir informação, mas nunca entendo o que as pessoas respondem.

Chego na torre, que é linda que só a porra, e digo, vai se fuder, torre bonita do caralho. Perto da torre tem uma ponte e em cada canto tem uma estátua. Pois os cavalo da estátuas (ou as estátuas dos cavalos) estavam todos mijados. A parte de baixo do cavalo da estátua estava toda preta, insira aqui sua piada sobre os franceses e as guerras.

Chego na estátua e me defronto com meus três maiores inimigos: turistas, filas e gente fedorenta. Quase desisto de vez de subir. Pego uma fila, sob o sol, atrás de turistas fedorentos e quando vejo, ao longe, uma plaquinha de “quando voce chegar aqui são mais 30 minutos eu digo: vai se fuder. Como só eu sou esperto, percebo que todos os pés de torre tem elevador, e vejo um pé lá longe, o Pé Do Oeste, com uma fila bem pequena. Vou pra lá. A fila anda rápido, rápido o suficente pra eu chegar numa plaquina que diz: escadas apenas. Pensei – que aventura, escadas!!! Que legal.

Subo as escadas até o primeiro patamar. Vai se fuder, que cidade linda, beira o insuportável. Dou um rolê, mas gosto mesmo de altura, e vou pro segundo patamar – na escadaria pro segundo andar, a quantidade de “vai se fuder” vai aumentando, Depois sendo acompanhada de “vai se fuder, já falei”. Todos estes com a entonação da redublagem do Guerra nas Estrelas.

O segundo patamar é ainda mais bonito. Por outro lado está lotado e cheio de turistas, fedorentos, e turistas fedorentos. Qual é a desses caras?? Eles vêm pra França, querem fazer como os franceses e param de tomar banho. Turistas!! Tomem Banhos!!! Vão Se Fuder!!

Fico passeando até reabrirem os caixas pro topo, já que a essas alturas era óbvio que mesmo que as escadas pro topo estivessem abertas, ia ser o último exercício que eu ia fazer na vida, ou ao menos certamente na França.

Pego o elevador, um barato, as pessoas desmaiam, o elevador não chega nunca. Lá em cima é um absurdo de bonito, a essa alturas já estou indignado, e falando, São Paulo, adoro você, minha cidade, mas vai se fuder!!!

Na descida um último truque dos franceses, o elevador vai na diagonal e todo mundo cai que nem dominó.

Desço, tento chegar no ônibus da volta, passo por um parque, que me relembra que parques e desocupados se atraem, e não acho a porra da rua do ônibus. Tudo bem, afinal se perder em Paris é uma forma de conhecer a cidade, desde que, claro, não seja no mesmo lugar. Passei por palacetes rodriguianos, com cascatas e filhotes de jacaré, abismado. No fim, depois de meia hora de caminhada, sem mapa e sem perguntar pra ninguém, achei a rua do ônibus, que aliás estava lotado.

Feliz de estar aqui, vai se fuder, cidade bonita da porra!!

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