segunda-feira, 24 de julho de 2006

SPFW

O São Paulo Fashion Week é Bizarro. Fui assistir ao desfile da Zoomp. Por onde começar? A fauna de frequentadores é de outro planeta. Estilistas, fashionistas, modeletes... Metade do povo acha que está na passarela. A outra metade é jornalista ou trabalha com a promoção de alguma coisa, todo mundo quer pegar carona e ser o carro da moda, a agência da moda, o manobrista da moda, o jornal da moda. Até os mendigos da entrada são os mendigos da moda, me pergunto se sofreram um make-over de estilista ou se foram apenas atropelados achando que a rua era uma passarela. E falando em passarela, como você pode ver na foto, ela é habitada por seres absolutamente fantasmagóricos, que andam de jeitos estranhos e usam roupas, me perdoem, absolutamente ridículas. Só falta alguém colocar uma cueca por cima do jeans pra eu achar que isso é de fato uma homenagem às "festas do ridículo" que a gente fazia nos anos 80. Dois exemplos: um cara de terninho, só que com apenas uma manga vestida, e uma faixa estilo kimono amarrando o terno, já que com um ombro só ele não ia ficar no lugar. Outro com uma camiseta que é só a parte de cima de um macacão de mecânico. E na passarela, os fantasmas (ou seriam os aliens de "Cocoon"?) andando de forma sincopada, com expressões tão semi-neutras que são assustadoras, ao som de um bate-estaca até que ok. As pessoas parecem transparentes, talvez por estarem sob holofotes e serem cheias de vazio. Eu não dormiria com elas de jeito nenhum. A não ser que me fizessem uma oferta tentadora, ou mesmo uma oferta. Mas todos sabem que essas mulheres são intangíveis. A Constanza Pascolato, aí na primeira fila disfarçada de Catherine Deneuve, está pensando: se eu passar a mão nela, será que atravessa? Atravessa.

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